2 Dezembro 2025

10th Gathering ECFI – Viena 2025

Reflexões de quem acredita profundamente no poder das comunidades

Nos dias 25 e 26 de novembro representei o Centro Português de Fundações no 10th Gathering de CFSOs da ECFI, em Viena. Estes encontros lembram-me sempre porque faço o que faço: servir comunidades, fortalecer laços e alimentar esperança.
Um encontro de filantropos. Who else?

Num momento em que vários países europeus vivem riscos democráticos imediatos, ficou claro que as Fundações Comunitárias têm uma responsabilidade única: ser politicamente isentas a neutralidade política é um pilar inegociável.

Entre os diversos temas debatidos, destacou-se a necessidade urgente de envolver mais jovens no trabalho comunitário e na filantropia. Ficou claro para todos que as Fundações precisam de se aproximar das novas gerações de forma genuína, seja através das escolas, de programas de mentoria, de comunicação mais direta ou de projetos em que os jovens sintam que têm realmente voz e impacto. A sua energia e criatividade são essenciais para garantir o futuro das nossas comunidades.

A experiência alemã do Faktenfonds[1] trouxe um contributo precioso: lembrar-nos de que a informação de qualidade é um verdadeiro bem comunitário. Num tempo em que a desinformação cresce e afeta especialmente os mais jovens, reforçou-se a importância das Fundações Comunitárias garantirem que a informação chega de forma clara, rigorosa e acessível. Quando as pessoas confiam no que recebem,  aproximam-se; e quando se aproximam, participam.

A importância de desenvolver modelos de financiamento mais diversificados e sustentáveis, capazes de acompanhar a evolução das comunidades, foi tema.  A criação de fundos temáticos, parcerias locais, microfinanciamento ou novas estratégias para envolver doadores — incluindo jovens — foram questões centrais no debate, porque o futuro das Fundações depende da capacidade de inovar e financiar de forma inteligente.

Olhando para o futuro, a importância de desenvolver uma cidadania mais ativa, de encorajar o voluntariado e de manter uma escuta atenta às transformações sociais, culturais e digitais que moldam as comunidades, são preocupações a que devemos estar atentos  A forma como estas evoluem deve inspirar a nossa própria evolução, sempre alinhada com a missão de servir.

Termino com uma nota pessoal. Deixei Viena com um sentimento profundo de pertença: a certeza de que existe uma verdadeira família das Fundações Comunitárias espalhada pelo mundo. Uma família unida por valores, propósito e uma vontade sincera de melhorar a vida das pessoas. Volto inspirada, fortalecida e ainda mais comprometida com este caminho — um caminho de impacto, humanidade e comunidade, que partilharei já no próximo dia 10 de dezembro na reunião do Grupo das Fundações Comunitárias em Portugal.

Sofia César Machado

[1]Fundo da organização de mídia sem fins lucrativos CORRECTIV, destinado a apoiar projetos locais que combatem a desinformação e promovem o debate baseado em fatos.

 


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