Vanda Martins
Administradora da Fundação EDP com o pelouro da Inovação Social
Transição energética reflete a transformação que está em curso no setor energético com o objetivo de substituir uma matriz baseada em combustíveis fósseis por energias renováveis, o que só é possível com alterações profundas à forma como produzimos e consumimos energia. Para que seja uma transição energética justa é fundamental garantir que ninguém fica para trás neste processo de mudança. E, neste processo, devemos apoiar e incluir em especial os que enfrentam maiores vulnerabilidades sociais e económicas. É uma responsabilidade social que cabe a todos, para incluir todos. O caminho para a transição energética não pode agravar ou gerar novos formas de pobreza ou de desigualdade, ou gerar impactos negativos ambientais, sociais e económicos. É preciso garantir uma maior equidade no acesso à energia limpa.
A Fundação EDP está alinhada com o grupo EDP no compromisso global de uma transição energética justa, sendo este um dos principais pilares do nosso investimento social. Os projetos que visam promover ou contribuir para essa transição devem representar cerca de 45% do investimento social do grupo EDP até 2025. Estas iniciativas incluem o apoio ao acesso à energia, à inclusão energética e às comunidades impactadas pelo encerramento das centrais térmicas, proteção do património natural e da biodiversidade e ainda projetos de promoção da eficiência energética e das energias renováveis, contribuindo para a descarbonização e o combate às alterações climáticas.
Na área da Inovação Social, a Fundação EDP definiu como públicos prioritários o setor social, comunidades e pessoas em situação de exclusão ou isolamento e estudantes.
A transição energética justa tem múltiplos desafios. Enquanto Fundação que atua em Portugal, destacaria como grande desafio a mobilização e reforço do ecossistema social. O setor social e solidário é uma peça fundamental para garantir que a transição é justa, inclusiva e participada. Neste sentido, é da maior importância reforçar as ferramentas da Inovação Social que têm como objetivo encontrar respostas relevantes, inovadoras e sustentáveis para problemas sociais complexos.
Desenvolvemos diversas iniciativas com o objetivo de criar junto de comunidades, e em particular dos jovens, ferramentas para pensar o futuro nos temas da sustentabilidade e da transição energética justa. Nesta área da educação, destaco o programa Your Energy, que lançámos em 2023, com o objetivo de divulgar os temas da sustentabilidade com base em ferramentas digitais e em experiências presenciais. O programa EDP Energia Solidária é também uma grande aposta neste caminho. Trata-se do programa de investimento e apoio social mais antigo da Fundação EDP, cumprindo já 20 anos em 2024. No ano passado, redirecionámo-lo também para a área da transição energética justa, assumindo assim o nome EDP Energia Solidária.
A edição de 2024 já está lançada. Este ano, o programa vai apoiar projetos sociais que, ao promoverem a transição energética justa, têm um impacto positivo junto de pessoas ou grupos em situação de vulnerabilidade, trabalhadores da economia social, estudantes ou comunidades mais isoladas. Podem candidatar-se entidades com e sem fins lucrativos, com respostas sociais em áreas como a inclusão energética, a proteção do património natural e da biodiversidade, a eficiência energética e energias renováveis, ou a mobilidade sustentável.
Foi criada uma rede de incubadoras parceiras EDP Energia Solidária que apoiará as entidades no processo de ideação e na preparação das candidaturas. É o caso também do Centro Português de Fundações, que estará a apoiar candidaturas de outras Fundações.
As candidaturas estarão abertas entre 1 e 31 de maio no site da Fundação EDP (www.fundacaoedp.pt).
Em 2023 foram selecionados pelo júri 15 projetos que estão agora em fase de implementação com o apoio de mais de 30 voluntários EDP. Estes projetos, no total, preveem ter um impacto positivo direto na vida de mais de 18 mil pessoas em Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal e Viseu. Os projetos são muito diversos e cada um deles tem impactos sociais e ambientais muito relevantes.